ATA DA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 19.08.1999.

 


Aos dezenove dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Auditório Oscar Machado do Instituto Porto Alegre, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezoito horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a comemorar os setenta e seis anos do Instituto Porto Alegre – IPA, nos termos do Requerimento nº 171/99 (Processo nº 2485/99), de autoria do Vereador Nereu D’Ávila. Compuseram a MESA: o Vereador Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor João Paulo Rito Rodrigues Aço, Presidente do Conselho Diretor da Igreja Metodista; o Senhor Elmo Farias de Albernaz, Diretor do Colégio IPA; a Senhora Alba Salgado Belotto, Diretora Geral do Instituto Porto Alegre – IPA – IMEC; o Vereador Adeli Sell, 1º Secretário da Casa. Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, em prosseguimento, procedeu-se à apresentação das músicas “Era uma vez” e “É preciso saber viver”, cantadas pelo Coral do Colégio IPA, sob a regência do Maestro Peri de Souza. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou o recebimento de correspondências alusivas à presente solenidade, enviadas pelo Senhor Pedro Ruas, Secretário Estadual de Obras Públicas e Saneamento, informando sua impossibilidade em comparecer à presente solenidade e indicando o Senhor Élvio Flores como representante de Sua Excelência, e pelo Deputado Estadual Paulo Odone, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Nereu D’Ávila, em nome das Bancadas do PDT, PMDB e PPS, prestou sua homenagem ao Instituto Porto Alegre – IPA pelo transcurso dos setenta e seis anos dessa instituição, destacando os princípios de liberdade e responsabilidade professados pela instituição e enaltecendo o trabalho desenvolvido por esse estabelecimento de ensino na busca da formação de cidadãos responsáveis e úteis à comunidade. O Vereador Carlos Alberto Garcia, em nome da Bancada do PSB, externou sua alegria em participar da presente homenagem ao Instituto Porto Alegre - IPA, historiando dados relativos à fundação e desenvolvimento dessa instituição e salientando a importância da atuação do IPA junto à comunidade porto-alegrense. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, saudou o transcurso do septuagésimo sexto aniversário de fundação do Instituto Porto Alegre – IPA, registrando a qualidade do ensino ministrado por essa instituição e comentando seu pioneirismo na difusão e prática de diversas modalidades esportivas em Porto Alegre. O Vereador Adeli Sell, em nome da Bancada do PT, homenageou o Instituto Porto Alegre – IPA pelo transcurso dos seus setenta e seis anos de fundação, afirmando que a sociedade de Porto Alegre orgulha-se de ter o IPA como uma importante fonte de cultura e saber técnico, exemplo de qualidade na formação educacional proporcionada a seus alunos. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Oscar Machado Filho e Dilza Machado. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores João Paulo Rito Rodrigues Aço, Presidente do Conselho Diretor da Igreja Metodista, Julian de Camargo Milone, Presidente do Grêmio Estudantil do Colégio IPA, Washington Gutierrez e Elmo Farias de Albernaz, que se manifestaram a respeito da presente solenidade, destacando a importância do trabalho educacional realizado pelo Instituto Porto Alegre - IPA ao longo dos seus setenta e seis anos de existência. A seguir, foi realizada a entrega, por parte da Ação Ipaense, de troféus ao Vereador Nereu D’Ávila e aos Senhores João Paulo Rito Rodrigues Aço, Ademir Calovi Costa, Ana Maria Corrêa Gick, Antônio João Guerra Affonso da Costa, Sadi Machado da Silva, Carmen Cauduro de Oliveira, Celses Português Soares, Ceres Reif Santoro, Cláudio Augusto Silva Gutierrez, Débora Muniz de Oliveira, Denise Domingues Mendonça, Dilza Machado, Edni Oscar Schroeder, Eduardo Bier de Araújo Corrêa, Enno Dagoberto Liedke Filho, Érico Carlos Blumentritt, Ernani Behs, Everton Paiva Tonin, Fabrício Neves Corrêa, Fernando Edi Chaves, Fernando Kalikosque Laydner, Fernando Ramão Vidal, Flávio Silvestre Beuren, Francisco Nunes Bastos, Gustavo Mendes Palludo, Hobber Werner Giorgetta, Isaías Rocha de Quadros, Jean Paulo Brito Bade, Jeane Esmeralda Bastide, José Gomes de Campos, José Jerônimo de Azevedo, Juliana Guedes da Rosa, Jussara Lobato Fernández, Lisie Zilio Prates, Luciano Dahner Hocsman, Luís Afonso Gomes, Luís Fernando Veríssimo, Magda Beatriz Chaves, Marta Santana Severo, Miriam Pires Lacerda, Nelcy Máximo Provensi, Olanir Dihel Denovaro, Otávio Rojas Lima, Paulo Roberto da Rosa Ferreira, Rafael de Araújo Vidal, Rubens Rodrigues Leal, Sebastião Gomes de Campos, Sival Colares Castro, Vicente Gomes de Campos, Washington Gutierrez, Yolanda Gick, Zélio Wilton Hocsman, Zilda Terezinha Senna e Julian de Camargo Milone, sendo que os troféus destinados aos Senhores Aparício Costa Oliveira, Fábio André Koff, Selviro Rodrigues da Silva e Syllas Grazia, dada a impossibilidade de Suas Senhorias em comparecerem à presente solenidade, foram recebidos por membros da Ação Ipaense, e os troféus destinados aos Senhores Jorge das Neves e Daniela Crivellaro foram recebidos, pela mesma razão, pelos Senhores Sebastião Gomes de Campos e Mônica Crivellaro, respectivamente. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores José Gomes de Campos, Otávio Rojas Lima e Julian de Camargo Milone, que se manifestaram em saudação ao Instituto Porto Alegre - IPA. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Alba Salgado Belotto, que agradeceu a homenagem prestada por este Legislativo ao Instituto Porto Alegre – IPA. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para cantarem o Hino do Instituto Porto Alegre – IPA, a ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às vinte horas e quarenta e três minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D’Ávila e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Carlos Alberto Garcia, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a comemorar os 76 anos do IPA - Instituto Porto Alegre.

É uma grande honra e enorme satisfação poder trazer o Poder Legislativo da Cidade para as dependências desta Instituição que hoje completa 76 anos. A maioria há de compreender a grande emoção que sinto aqui no Auditório Oscar Machado, trinta e tantos anos após - onde, praticamente, por uma década - ter convivido nessas paredes e formar pessoas aqui.

Convidamos para compor a Mesa o Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. José Fortunati; o Presidente do Conselho Diretor da Igreja Metodista, Sr. João Paulo Rito Rodrigues Aço; o Diretor do Colégio IPA - Instituto Porto Alegre - , Sr. Elmo Farias de Albernaz; a Diretora-Geral do IPA - IMEC, Sra. Alba Salgado Belotto.

Registramos o recebimento de um ofício, de parte do Secretário de Obras Públicas e Saneamento do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Pedro Ruas, que, não podendo comparecer, será representado pelo Sr. Élvio Flores, Assessor da Secretaria.

Esta Sessão foi proposta por este Vereador, Presidente do Legislativo de Porto Alegre.

Convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional Brasileiro.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

Ouviremos agora a apresentação do Coral do Colégio IPA, sob a regência do Maestro Peri de Souza, interpretando as músicas “Era uma vez” e “É preciso saber viver”.

 

( É feita a apresentação do Coral.) (Palmas.)

 

Registramos, com satisfação, o telegrama enviado pelo Exmo. Sr. Deputado Paulo Odone, Presidente da Assembléia Legislativa: (Lê.) “Agradeço gentil convite para participar da Sessão Solene do dia 19 de agosto, às 18h. Impossibilitado de participar, devido compromissos de agenda anteriormente assumidos, parabenizo o trabalho, desejando votos de pleno êxito ao evento. Deputado Paulo Odone, Presidente da Assembléia Legislativa.”

Por tratar-se de uma Sessão Solene que deveria ser realizada na Câmara e, como o Regimento Interno da Câmara assim o permite, com autorização do Plenário, pode ser realizada fora das dependências da Câmara, como é o caso aqui. Então, os Srs. Vereadores podem falar pelas Bancadas respectivas. Por isso, peço a gentileza que o Ver. Adeli Sell, Secretário da Mesa, assuma a Presidência dos trabalhos por alguns minutos para que este Vereador possa fazer o uso da palavra, uma vez que este Vereador é o proponente desta Homenagem, cabendo-me o direito de usar a palavra, em primeiro lugar. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, está com a palavra, falando em nome do seu Partido, o PDT, do PMDB e PPS.

 

O SR. NEREU D’ÁVILA: Exmo. Sr. Presidente em exercício, Ver. Adeli Sell; Sr. Vice-Prefeito de Porto Alegre, Sr. José Fortunati; Presidente do Conselho Diretor da Igreja Metodista, Sr. João Paulo Rito Rodrigues Aço; Diretor do Colégio IPA, Sr. Elmo Farias de Albernaz; Diretora-Geral do IPA - IMEC, Sra. Alba Salgado Belotto; Senhores ex-Alunos, Senhores Alunos, Demais Autoridades, Professores, Senhoras e Senhores, é hoje um encontro excepcional e maravilhoso. Esses 76 anos desta Escola majestosa estão hoje engalanados pela presença, aqui. Eu distingui rostos, de praticamente todas as gerações, porque aqueles que fundaram esta Escola estão, através de seus descendentes, aqui representados. Então, nessas sete décadas da nossa Escola, da minha querida Escola, estão aqui, hoje, neste Auditório Oscar Machado, inaugurado em 1951, quando Oscar Machado, após quase duas décadas sendo Reitor desta Escola, passava-a às mãos do querido Reverendo Daniel Lander Betts, que, por três anos, foi Reitor desta Escola. Vejo aqui ex-Reitores e aqueles que, por muito tempo, foram mantenedores, foram o suporte ético-moral dos princípios desta Escola majestosa, que é a Escola Metodista.

Graças a esses princípios da Escola Metodista, graças aos domingos da Igreja Wesley, pude cultivar os princípios hoje tão fortes e tão necessários como os do não-uso do álcool e fumo.

Não preciso dizer que esta Escola é forjadora, hoje, de homens e mulheres. Na minha época, e na de muitos que aqui se encontram, era Escola masculina, sendo o Americano o protótipo feminino. Mas isso não obscurece a grandeza desses 76 anos, que tumultuam minha mente com recordações fantásticas. Estou sopitando para não sair e ser completamente suplantado pela emoção do coração.

Aqui mesmo, nesta tribuna, aqui mesmo neste Auditório, em manhãs memoráveis de reuniões, aprendi a falar em público, vencendo a timidez. E aqui está o Luiz Fernando Veríssimo, um dos maiores talentos do Brasil, que também, como todos sabem, é tímido, mas isso é da natureza humana. Para vencê-la, ultrapassá-la e chegar aqui nesta tribuna e falar, quanto nos custou. Elmo Farias de Albernaz, Diretor desta Escola, quando veio de Santa Vitória, juntamente com o Washington Gutierrez, foi barbeiro para ajudar a custear seus estudos. Que valor, hoje, ser Diretor da Escola.

Então, povoam a minha mente recordações que, evidentemente, dentro desse tempo exíguo, não poderei discorrer. Mas desejo dizer que o fundamental é aquilo que o IPA fez, e, como nos costumamos a dizer, nós, os advogados, tem valor inestimável. Não se estima o valor da contribuição à sociedade gaúcha, porto-alegrense e brasileira, desses 76 anos desta Escola, porque, dentro daquilo que sempre foi seu lema, liberdade e responsabilidade, ela fez com que todos nós soubéssemos o que é o espírito ipaense, que se formos defini-lo, talvez nos percamos em detalhes metafísicos. Mas nós sabemos, subjetivamente, o que é o espírito ipaense. E, portanto, todos nós aqui, inclusive a novíssima geração que aqui vejo, garbosos, no lindo uniforme do Colégio, ou todos aqueles que sobem o morro milenar, são inoculados por esse espírito ipaense, e jamais são dele despojados.

Portanto, quero dizer que o orgulho não é do IPA, pela plêiade de ex-alunos famosos que estão aqui, evidentemente, com minha exceção, mas nós é que nos orgulhamos, e tenho certeza que falo em nome de muitos, que gostariam de aqui, hoje, dizer algumas palavras. Nós muito nos orgulhamos desta Escola porque ela ensina não somente as letras e a cultura dos bancos escolares, mas isso qualquer escola, com currículo e bons professores, pode fazê-lo. Mas criar e forjar as personalidades, o caráter e implantar nas tenras criaturas que aqui aportam, liberando-os, depois, para enfrentar as vicissitudes duras da vida lá fora, lá embaixo.

Fui interno aqui por oito anos, e quando eu olhava daqui desse morro, passando por todos os dormitórios, inclusive o sétimo céu, olhando a Cidade daqui, perplexo, era guri do interior, me perguntava, Vice-Prefeito José Fortunati, Ver. Adeli Sell, Ver. Reginaldo Pujol e também o nosso Diretor, o querido Ver. Carlos Alberto Garcia: Como vamos enfrentar os problemas desta Cidade?

Foi graças a muitos que já se foram, como já citei dois, Oscar Machado e Lander Bettz, mas há outros. Um dos princípios que aprendi, aqui, em oratória, foi o de não citar nomes, porque posso esquecer algum e haver susceptibilidades feridas. Mas vejo tantos aqui a quem devo muito, que fico entusiasmado em citá-los, mas eles sabem o quanto devemos, eu, particularmente, a tudo que nos foi ensinado, mas, principalmente, nos foi ensinado a sermos homens de bem. Podemos não ser religiosos, podemos ser agnósticos, podemos ser até indiferentes a religiões, mas, aqui, centenas de vezes, sentei nessas cadeiras e decorei aqueles três pontinhos e dizia: “E não caiu porque foi construído sobre a rocha.” Isso é bíblico. Por isso, repito, não há que ser religioso, mas ética, moral, bons costumes, princípios, são universais, pertencem aos homens e as mulheres. Esses princípios nós os aprendemos aqui e daqui os levamos para sempre, até o fim dos nossos dias. E neles nos abeberamos para transmiti-los aos nossos filhos, porque isso independe de religião, de credo político, de filosofia ou de qualquer outra coisa, a sermos sensíveis, a sermos cavalheiros, a pensarmos, muitas vezes, com o coração, ao invés da razão. O afeto está, hoje, tão em desuso que nós, que convivemos mais amiudemente com as populações, principalmente as mais carentes, sabemos muito bem. Por isso, uma dose de carinho, uma dose de afeto também é universal. Não dói. E isso também nos foi passado, através de uma pequena oração que fazíamos sempre antes das refeições, jamais olvidamos.

Aqueles mais antigos, que conhecem o nosso livro Colunas, também sabem o quanto deixamos a nossa mensagem para a posteridade, gravada naquele livro Colunas que é exatamente o portal magnífico da nossa Escola majestosa.

É também por isso que a Câmara Municipal se sente hoje também honrada, de poder sair das suas quatro paredes e vir aqui para palpitar com o espírito ipaense, para sentirmo-nos, novamente, crianças - e como é bom ser criança, porque não há ainda compromisso com as dificuldades da vida - para voltarmos anos - e como disse o poeta, “Não voltarão jamais, que os anos não trazem mais.” Mas o filme daquilo que passou, que foi a nossa convivência aqui, nenhum de nós, de nenhuma geração, jamais esquecerá.

Portanto, queridos ipaenses de todas as gerações, que reencontro maravilhoso, que oportunidade maravilhosa, ao ensejo desses 76 anos, podermos nos transportar, mesmo que por alguns instantes, a maravilhosas recordações, que somente um poeta poderia traduzir neste instante.

Eu concluo, relembrando, e vou pedir à Relações Públicas que possamos, no final, é uma solicitação minha, cantar o Hino do IPA, para recordarmos um pouco daquelas frases que dizem, mais ou menos assim, ficam guardadas no nosso inconsciente:

“Salve o Morro Milenar / Nossa Escola majestosa / Nosso lar / Instituto Porto Alegre / Nós seremos tua glória, tua história / E o teu nome honraremos.”

Eu quero te dizer, IPA, que eu fiz tudo para te honrar e continuarei fazendo porque a ti devo tudo o que sou! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Concedemos a palavra a um professor desta Escola, Diretor, grande colega, grande amigo, que está se destacando na nossa Câmara, o Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Grande família ipaense aqui presente e, na pessoa do nosso Bispo Emérito, Sadi Machado, saúdo toda a família ipaense, aqui representada por todas as suas Associações, a APM, ADIPA, AFIPA, GEIPA, AEXIPA e aquela que faço parte, a ADOCIPA.

O Ver. Nereu D’Ávila falou da sua história de aluno. Eu vou falar um pouco da minha história como docente. Mas antes, quero falar daquele menino que subia o morro para praticar esportes, e foram inúmeras e inúmeras vezes que tive oportunidade de vir jogar basquete e praticar atletismo, em diversos campeonatos, porque uma das características desta Instituição foi a sua forte ligação com o esporte.

O IPA tem uma característica toda especial. Se olharmos esse morro milenar, e quantas e quantas vezes tenho a felicidade de sentar num daqueles bancos e contemplar, veremos que aqui não é simplesmente uma Escola, é um clube, uma sede campestre, é um lugar maravilhoso. Isso é uma felicidade e uma benção para todos que podem vir seguidamente ao IPA.

A Igreja Metodista tem a característica forte de vida e missão e esse lema que o IPA acolheu como Liberdade e Responsabilidade. E cada vez mais, na proximidade do novo milênio, isso tem sido forte dentro das pessoas. Nós queremos, sim, que as pessoas sejam libertas, mas libertas para saber o que devem e podem fazer. E posso dizer, como vocês sabem e vivenciam, aqui, nesta Instituição, se constitui isso, aqui se aprende e aqui se pode transmitir.

Portanto, Profa. Alba e Prof. Elmo, é motivo de orgulho dizer que trabalho no IPA. Assistindo ao Seminário “Uma lição de história para contar”, podemos ver que o IPA que cresceu desde 1923, teve dois momentos: um momento com a Escola e, a partir de 1971, com a criação do Curso de Educação Física, pelo Prof. Washington Gutierrez; traçando um novo momento na Instituição. Esta Instituição continuou crescendo. Depois do Curso de Educação Física veio a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional. A cada dia que passa esta Instituição cresce, cresce tanto nessa busca da sua missão que amanhã esta Instituição estará inaugurando, no Hospital Parque Belém, um apêndice, uma extensão onde todas as faculdades estarão lá presentes.

Portanto, eu me emociono e vibro por fazer parte, poder transmitir e aprender, porque é isso que faço no meu dia-a-dia aqui no IPA.

Vou pedir escusas de não permanecer todo o tempo nesta Solenidade porque a minha responsabilidade hoje, não como Coordenador, como professor de atletismo, às quintas-feiras, levam-me ao campo para dar a minha aula no segundo semestre. Essa é a liberdade com responsabilidade que orientamos a todos.

Portanto, Senhoras e Senhores, mais uma vez, é motivo de júbilo fazer parte desta Instituição, desta grande família ipaense, da qual, aqueles que aqui entram, tenho a certeza, sempre levam e levarão consigo esse grande espírito de fraternidade. E viva a liberdade e a responsabilidade!

Parabéns, Ver. Nereu D’Ávila, por esta homenagem, que é a homenagem de todos nós. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao ilustre Ver. Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do Partido da Frente Liberal, na Câmara Municipal.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós tivemos a oportunidade de ouvir duas manifestações que, de certa forma, correspondem ao espírito desta Sessão Solene que a Câmara Municipal de Porto Alegre realiza fora do seu recinto. Aliás, como convém, a Relações Públicas da Casa me alertou que o Presidente da Câmara me havia informado que a solenidade comportaria um pronunciamento de cinco minutos. Eu sou um pouco prolixo. E ele vive me cobrando o cumprimento do Regimento.

Como proponente desta Sessão Solene, o Ver. Nereu D’Ávila tinha direito a um tempo especial e que, naturalmente, ele extrapolou, por uma razão muito lógica, não falou hoje aqui o Presidente da Casa, falou o coração do ipaense Nereu D’Ávila, que eu conheci aqui no morro milenar. Eu bem posso avaliar a emoção que ele deve estar sentindo em comparecer aqui, nesta data, na comemoração do 76º aniversário do IPA, na condição de Presidente da Câmara Municipal, que na segunda-feira deverá assumir a Prefeitura de Porto Alegre em função de que o seu titular, na oportunidade, Vice-Prefeito José Fortunati, terá que tratar de assuntos do Município fora dos limites territoriais de Porto Alegre.

Então, Ver. Nereu D’Ávila, quero dizer que me somo a sua emoção, ao seu entusiasmo, me somo à emoção do Professor Garcia, nosso colega Vereador, eis que ambos falaram sobre o IPA, com a tranqüilidade do ex-aluno e do professor. Quero aduzir a tudo que eles já afirmaram, que tenho, na condição de quem não teve o privilégio de ser aluno deste Educandário, condição de avaliar a importância do IPA, não só na Cidade de Porto Alegre, como na educação no Rio Grande do Sul. Também tive o privilégio de ser aluno de uma escola metodista. E sabem vários dos presentes aqui, já confessei o fato em outras oportunidades, pois, na minha formação, devo muito ao Instituto União, em Uruguaiana, onde aprendi o valor da liberdade com responsabilidade.

Quando cheguei em Porto Alegre, em 1954, por pouco não estudei no Instituto Porto Alegre, pois o Prof. Aslid Gick tentou me proporcionar essa oportunidade, mas, por problemas de localização de minha residência, tive de estudar em outro educandário. Porém, nunca mais perdi aquele relacionamento de liberdade com responsabilidade que, menino ainda, foi-me incutido, em Uruguaiana, no Instituto União, congênere do IPA. Sei, portanto, o valor e a importância da educação proporcionada pelas escolas metodistas do Rio Grande.

Por isso, vim hoje aqui, Presidente Nereu D’Ávila, nos cinco minutos que o Regimento me propicia, para dizer que me somo a V. Exa. e cumprimento-o como ex-aluno e como Presidente do nosso Legislativo, como cumprimento toda a comunidade do IPA, aqui representada, como já foi dito, por várias gerações de ex-alunos desta Escola e de muitos alunos que ainda se encontram freqüentando os inúmeros cursos que aqui se oferece, desde a mais tenra idade até o nível superior, na Escola Superior de Educação Física mantida, e respeitadíssima por todo o Rio Grande, pelos excelentes profissionais que aqui são criados, formados para servir o desporto do Rio Grande. Aliás, o IPA tem um compromisso com o desporto gaúcho porque muitos esportes foram aqui praticados pela primeira vez.. Quando o vôlei surgia na ACM, era o IPA que estimulava sua prática, o basquete e tantos outros esportes. Eu lembro bem das grandes equipes que eram formadas aqui, para não falar nas equipes de futebol que o Prof. Selviro Rodrigues organizava, com tanta competência e tanto talento, um profissional responsável, que sabia fazer.

Então, este IPA, tão inserido na vida de Porto Alegre, eu me sinto compelido e comprometido a homenageá-lo na data do seu 76º aniversário e nesta ocasião solene, em que a Câmara Municipal para aqui se transfere, para dizer a quantos ajudaram a construir a grandeza desta Escola, que Porto Alegre, como um todo, é admiradora desse esforço, é reconhecida por este trabalho, deve proclamá-lo, como o faz neste momento. E o faz na certeza que exemplos como os dados pela abnegação daqueles que criaram, mantiveram e desenvolveram esta Instituição, devem ser sempre referenciados na nossa Cidade, como exemplo positivo a prosperar e a produzir resultados concretos, como aqueles que produziram com os inúmeros valores que ensejaram para a sociedade porto-alegrense.

Meus parabéns à direção do IPA, meus parabéns ao Presidente Nereu D’Ávila, que hoje confundo com aquele menino, adolescente, interno do IPA que eu aqui vinha visitar, na busca do apoio eleitoral nas nossa lides de políticas estudantis. Parabéns, enfim, a todos aqueles que, ao longo do tempo, fizeram esta grande Escola, fizeram este grande Educandário. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol, gentilmente, me disse agora, ele não quis dizer da tribuna, mas vou dizer porque hoje não há problema, estamos em família, ele disse que não referiu que o meu apelido era papagaio para eu não perder a postura de Presidente da Câmara. Não tem nada a ver. As coisas ficam para sempre.

Temos a satisfação de conceder a palavra ao representante do Partido dos Trabalhadores na Câmara e 1º Secretário da Mesa, Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda dos componentes da Mesa e demais presentes.) Não posso, infelizmente, falar como ex-aluno e nem professor do IPA. Mas falarei pelo coração de um professor, pelo coração de alguém que é forasteiro, mas que adotou Porto Alegre e que por Porto Alegre foi adotado. Falarei, com muito prazer, em nome dos doze Vereadores da Bancada do Partido dos Trabalhadores nesta homenagem que prestamos ao Colégio IPA. Colégio me lembra congregação, lembra colaboração, coleguismo.

O IPA - Instituto Porto Alegre - é um Instituto, de fato, porque ele já está construído, não apenas fisicamente, mas está constituído e se constitui para Porto Alegre. No seu nome tem o nome da nossa Cidade: Instituto Porto Alegre. O IPA faz jus a nossa Cidade. A nossa Cidade tem orgulho desta Instituição porque aqui, como ali está escrito, se age no presente para pensar o futuro. Aqui se cuida de educação, aqui se cuida de esporte, de saúde. Chamo a atenção daqueles que vêm de fora, que é preciso cuidar do corpo, da mente, da nutrição, aqui se aprende e se pratica, e mais do que isso, agindo dessa maneira, no presente, tenho certeza de que podemos pensar no futuro, podemos olhar, deste morro, esta Cidade, podendo desvendar o futuro. Podemos, sem dúvida nenhuma, ter a coragem que hoje se precisa ter neste País, neste mundo, para viver o amanhã. E nós aqui, no presente, estamos começando a viver o amanhã porque aprendemos a caminhar com segurança.

Digo mais, o IPA já deu tanto para Porto Alegre, e eu, como Vereador, sou obrigado a pedir, a solicitar, pelo povo de Porto Alegre, um pouco mais. Continuem abrindo as portas para a cultura, para a educação, para o esporte porque há falta lá fora. Mais do que isso, continuem agindo lá fora, ajudando a nossa cultura, a nossa educação e, particularmente, o nosso esporte. Pois se as senhoras e senhores, alunos e alunas observarem os números do orçamento do nosso Departamento de Esportes do Estado, da nossa Secretaria Municipal de Educação, vão concordar comigo: precisamos, mais do que nunca, do IPA. E tenho certeza de que o IPA nunca faltou a Porto Alegre e nunca faltará.

 Eu não poderia terminar sem ser um pouco mais abusado, solicitei ao IPA e, agora, desculpe meu abuso, Luiz Fernando Veríssimo, o senhor que tão bem traçou Porto Alegre, quem sabe, trace o IPA também para, nas suas palavras, nos seus escritos, ficar um pouco da história, que o IPA já marcou Porto Alegre e assim nós poderemos comemorar, talvez, quando completar 100 anos, talvez, com mais graça porque o IPA está marcando Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Falei que não queria citar tantas pessoas com as quais convivemos, mas não posso deixar de referir duas presenças, pela importância que teve o pai e o esposo dessas duas pessoas na história do IPA, o Sr. Reitor Oscar Machado, por 19 anos, dirigiu essa Entidade e foi quem construiu e leva o nome desse auditório. Com muita satisfação registro a presença do Oscarzinho, o Oscar Machado Filho e a Sra. Dilza Machado, filho e esposa do Dr. Oscar Machado. (Palmas.)

O Sr. João Paulo Rito Rodrigues Aço, Presidente do Conselho Diretor da Igreja Metodista, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO PAULO RITO RODRIGUES AÇO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em nome do Conselho Diretor da Igreja Metodista quero expressar meus agradecimentos à Câmara Municipal de Porto Alegre e, em especial, ao Ver. Nereu D’Ávila por oportunizar a realização desta Sessão Solene aqui no morro milenar, no Auditório Oscar Machado. Posso dizer que o Ver. Nereu D’Ávila é parte integrante da vida ipaense, de tal forma que tem, na vida pública, carregado a chama ipaense, com espírito crítico e entusiasmo.

Quero, também, expressar o nosso agradecimento à ação ipaense, que tem-se mobilizado, dando exemplo de organização compartilhada no compromisso com a causa ipaense.

Ao mudar a página dos 76 anos, abrimos um novo capítulo, o capítulo do ano 2000, e nada mais pertinente do que repensarmos nossa identidade, homenageando, mesmo que seja uma pequena fração de homens e mulheres que aqui foram formados. Ao virar a página dos 76 anos, o IPA está sendo desafiado a mudar, crescer sem perder sua identidade. Neste ano de 1999, temos alguns motivos para comemorar: em breve, estaremos reformando o antigo prédio B, o internato; nesta semana estaremos inaugurando um anexo no Hospital Belém, uma importante parceria que está sendo realizada; também estamos terminando as quadras cobertas. Comunico, antecipadamente, que estaremos homenageando o Prof. Washington Gutierrez, dando o seu nome às quadras cobertas. (Palmas.) São pequenas vitórias que estamos comemorando ao longo deste ano.

Queremos afirmar, não só o compromisso com o ensino de 3º Grau, mas, também, o compromisso com a formação da criança, adolescentes e jovens.

Mais uma vez, o meu agradecimento à Câmara Municipal de Porto Alegre e aos nossos ex-alunos. O IPA, cada vez mais, tem que afirmar o seu compromisso comunitário, o seu compromisso com a Cidade de Porto Alegre e com a vida democrática. Essa é uma herança que temos e um compromisso que temos que cultivar cada vez mais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)  

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Julian de Camargo Milone, Presidente do GEIPA - Grêmio Estudantil do Colégio IPA, está com a palavra.

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A comunidade ipaense, ao longo desses 76 anos, o Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista sempre se destacou como um dos mais importantes institutos educacionais desta Cidade, tanto pela sua filosofia de ensino, como, também, pelos seus alunos gloriosos que por aqui passaram e, com certeza, fizeram a história deste Colégio, história que até hoje nos honra com muito orgulho.

Para que a nossa história continue sempre vigorando, e cada vez mais forte sobre o morro milenar, as entidades representativas do Colégio IPA - ADIPA, ADOCIPA, AFIPA, CPM, GEIPA - uniram-se em torno de um objetivo comum e assim criaram o movimento “Ação Ipaense”. Esse movimento visa promover e divulgar o Colégio IPA na comunidade, valorizando seu passado e impulsionando para um futuro promissor e duradouro. A “Ação Ipaense”, através do seminário “IPA 76 anos de história para contar”, busca muito mais do que, simplesmente, mostrar a nossa escola, mas de homenageá-lo por toda a sua trajetória e mostrar à sociedade, seja ela ipaense ou não, o quanto nos orgulhamos por estarmos aqui hoje. Temos como propósito agregar novas forças, para que, cada vez mais, fortaleça-se esta Instituição e reflita-se sobre sua projeção no cenário educacional do terceiro milênio.

Para darmos início a essa homenagem, chamamos o Sr. Washington Gutierrez que irá nos contar um pouco de sua vivência como ipaense.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com palavra o Sr. Washington Gutierrez.

 

O SR. WASHINGTON GUTIERREZ: Ilustre Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Nereu D’Ávila, nosso querido companheiro de internato, de Lions e das lides estudantis, junto com o Ver. Reginaldo Pujol; ilustre, brilhante e jovem Vice-Prefeito, Sr. José Fortunati, com quem tivemos o privilégio de estarmos juntos nesta tribuna e na tribuna do Colégio Americano, divulgando, várias vezes, os nosso pensamentos para a mocidade; companheiros ipaenses, João Paulo, Alba e Elmo; demais Vereadores que aqui falaram: Ver. Adeli Sell, companheiro da UFRGS, Ver. Reginaldo Pujol, das lutas do Colégio D. João Becker, Ver. Carlos Alberto Garcia, nosso ex-aluno; Ilustres Autoridades; ex-Alunos e demais presentes. É um privilégio muito grande para mim, diante de uma platéia tão seleta e de ipaenses de grande porte, ter sido convidado para dizer algumas palavras.

Como resumir 72 anos de idade e 39 de IPA, até a data da aposentadoria em 1986, seria um trabalho muito difícil, resolvi seguir um roteiro simplificado de um livreto que escrevi há tempo e que serão as fontes das minhas palavras neste momento.

Você conhece o IPA? Muitas vezes, na nossa correria de professores e jovens, não olhamos para a beleza e a mensagem que as placas e monumentos nos dão. Então, um dia eu sai olhando e lendo as placas, escrevi: “Você conhece o IPA?” Depois, me entusiasmei e, em 1982, escrevi um livreto: “Pergunte: o IPA responde.” São em torno de 100 perguntas. Resumirei agora em cinco minutos.

O IPA foi fundado pelo Bispo John Moore, da Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos daquela época, hoje Igreja Unida, e começou, em 1923, num sobrado na esquina da Marechal Floriano com a Av. Salgado Filho. O Bispo, com a comitiva de americanos e das lideranças da Igreja em Porto Alegre, subiu este morro de Petrópolis e contemplou as matas que circundavam e a Cidade, lá longe, banhada pelo Guaíba. E ele ficou encantado com essa área tão longe da Cidade, que próximo ao Bom Fim terminava Porto Alegre. Aqui era a antiga fazenda dos Mariante, família tradicional que tem nome da rua, e, caminhando pela propriedade, encontraram operários, que eram portugueses, cortando granito, que era e é abundante ainda, e perguntaram se estavam cortando para alguém, e eles responderam que estavam cortando para eles para, depois, venderem. O Bispo, então, perguntou se eles não queriam cortar para ele, porque iria ser construída uma escola ali. Então, os portugueses foram contratados e cortaram todos esses folhetos que dão essa majestade externa aos nossos prédios.

A Igreja Metodista dos Estados Unidos fundou, nessa missão no Brasil, essa escola, com as finalidades: proporcionar ensino e pesquisa nos diversos cursos, visando à educação intelectual, física, social, espiritual, cívica e profissional, sob influência positivamente cristã e também para desenvolver programas sociais que beneficiam à comunidade.

Até 1950, a Sauder Methodist University - com quem o IPA possuía muito contato, onde vários dos nossos professores, aqui presentes, cursaram e onde, inclusive, o Dr. Oscar Machado lecionou - fazia “camp chest“, amigo do peito, e, anualmente, aqueles estudantes distribuíam alguma coisa para as escolas do terceiro mundo, como também assim fazia a Igreja americana, o “Board of Michels“. Mas a partir de 1950 eles acharam que o Brasil já estava suficientemente crescido e passaram a ajudar a África e outras regiões. E, a partir dai, quem sustenta o IPA são os seus clientes, os pais, e nada mais.

Nós, na minha opinião, vivemos num País onde a educação é tratada de uma maneira injusta e, inclusive, a manutenção do ensino. E eu sonho, todos os políticos sabem, há uma idéia do cheque educação, ou seja, o aluno recebe o cheque do governo e vai estudar no colégio melhor que ele encontrar. Essa é uma idéia para em alguns decênios de ser trabalhada.

A filantropia é uma característica dessa Escola e, estutariamente, desde a sua fundação, o superávit reverte para a instituição e para programas comunitários. E aí nos lembramos de bolsas de estudos, e o Ver. Nereu D’Ávila lembrou do Elmo ajudando a pagar os seus estudos, cortando cabelo, e também o ilustre Desembargador Manuel Celeste do Santos que foi o nosso barbeiro.

Esses dias um advogado deu uma sentença, cobrando uma conta do IPA, e disse: cobro 50%, porque 50% foi a bolsa de estudos que sempre ganhei do IPA. E por aí vai.

O nosso lema não é liberdade e responsabilidade, é: “Veritas Liberabit Vos”, palavras de Jesus, a verdade voz libertará. Então, o ipaense não tem medo, mas ama a verdade, é sincero, é franco, trabalha por ela e essa verdade pessoal, social e intelectual, da vida terrena e, muito importante, da vida transcendental, que nos espelhamos em Jesus Cristo. E o nosso regime, sim, é liberdade e responsabilidade. Imaginem vocês, naquelas décadas anteriores, naquela escola autoritária em que os alunos andavam em fila pela Cidade, o IPA não tinha muro e os alunos podiam sair livremente. Essa idéia de liberdade já começava por ai, e hoje tivemos que colocar muro, porque a violência começou a entrar aqui. Mas esse espírito de não colocar muros continua, para que o aluno possa ir e vir. O nosso regime é liberdade e responsabilidade, e dizia o nosso antigo prospecto: “O IPA é uma escola para jovens que deseja educar-se para a liberdade, responsabilidade, iniciativa, cooperação e virtude.”

O espírito ipaense, como já foi muito bem falado aqui, é um espírito de corporação, de equipe, é o amor à escola, é o apego aos colegas e aos professores, são os sentimentos nobres para com a comunidade, vida social, familiar e profissional.

As nossas cores, que tanto vibramos nas competições, são o azul e o amarelo. Começou em torno de 1935 com azul e branco, como todos os colégios de Porto Alegre. O Dr. Oscar Machado disse: “Em homenagem ao União, de Uruguaiana, e ao IE, de Passo Fundo, vamos pegar o amarelo do União e o azul do IE.” E assim surgiu o azul e amarelo para a escola caçula das Escolas Metodistas do Rio Grande do Sul que é o IPA.

O hino do IPA foi escrito pelo Prof. Oscar Machado que, em suas contínuas viagens, sobrevoando esse morro tão bonito, escreveu dentro do avião. Temos, nos nossos arquivos, o original, escrito à mão: (Canta.) “Sobre o morro milenar / Ergue a fronte gloriosa / Nossa escola majestosa / Nosso lar / Instituto Porto Alegre / Nós seremos tua glória / O teu nome, tua História / Honraremos.” Os jovens do GEIPA cantam o nosso hino em ritmo de samba, que também fica bonito.

O hino do Campanário, o que nos regia, e mandava mais que o Reitor como se dizia, vou ler só a primeira linha: “Como a voz de um velho amigo / Fala ao coração / Ouço a voz do bronze antigo / Cheio de emoção ...” E a canção da vitória que animava as nossas torcidas: (Canta.) “Ipaenses, pela vitória / Corajosos lutai ...”

As nossas majestosas e marcantes instalações, que estão no coração de todos os ex-alunos e professores que aqui passaram, o edifício Bispo Moore, o ginásio Moreland, o auditório Oscar Machado, a Fonte da Saudade, o Sétimo Céu, as Gaiutas, as bibliotecas Prof. Guilherme Mylius e Profa. Olga Silva Gutierrez, o Estádio Liberdade, o Centro de Recreação, os nomes dos mestres e reitores: Saunders, Manchester, Moreland, Machado, Campos, Betts, Pinheiro, Andrews, Aslid, Selviro, Facina, Sebastião, Vicente, Prado, Décio, Ruas, Dilza, Ilda, Iolanda, e uma infinidade.

Monumentos, organizações e atividades que nos marcaram, quem têm personificado o espírito ipaense: CPM, AEXIPA, ADIPA, AFIPA, GEIPA, Centro de Brasilidade, Grêmio Literário, Escoteiros Guaicanãs, Grêmio Religioso, CTG Porteira Aberta, Revista Colunas - anuário dos formandos, o jornal Morro Milenar, Festa da Saudade, Interníade, Olimpíadas dos Colégios Metodistas do Rio Grande do Sul, Campanário, Discóbolo, placas, instalações e equipamentos fornecidos pelos formandos, O Potro Indomável, A Bruxa de Ouro, o Brasão do IPA, a torcida organizada. (Canta.) “O azul e o amarelo, olelê, olalá, resolveram combinar, olelê, olalá.”

Quanto ao crescimento, não ficamos só com a herança que os americanos nos deixaram, aumentamos essa herança. A matrícula subiu dos 27 alunos, em 1923, para 2.200, em 1998, quando escrevemos o livreto. Tivemos e temos grande número de cursos, inclusive, ingressamos no ensino superior. O campus vem sendo, progressivamente, ocupado por imponentes construções.

Na participação comunitária, entendemos que nossa clientela interna e externa ainda não atingiu aquele grau de participação e decisão que nos foi ensinado pelos pioneiros. Pelo contrário, nos anos 80 e parte dos 90, houve, de parte da cúpula eclesial do Rio Grande do Sul, uma repressão equivocada sobre igrejas e escolas, com sérios prejuízos ao espírito ipaense, ao modo de ser do IPA, isto é, trocando-se a pedagogia da cooperação, da liberdade e do consenso pela pedagogia do autoritarismo e do conflito. Quero encerrar esse item dizendo que, desde o princípio dos anos 80, acredito e batalho para que os pais, nossos excelentes clientes, e pessoas maiormente interessadas no sucesso da Instituição e de seus filhos, tenham voz e voto em todos os órgãos decisórios da Instituição. Nesse mundo de Cosete Ramos, de Paulo Freire, Alvin Toffler, Ken Mateika, Michael Harmer, James Champy, sem falar dos homens do passado como Yan, Pierre D’Cubertan, Comenius, Vitorino da Seltrie, Russot, Basidorf, Rui Barbosa e uma grande corte, e tantos outros educadores, administradores e marqueteiros, e, até onde o Estado Brasileiro se democratiza, é preciso que o IPA levante mais aquela sua tradicional bandeira de liberdade, de responsabilidade, sua tradição, seu modo de ser e que fortaleça as suas raízes, pois sem fortalecer as raízes dificilmente uma árvore consegue manter-se frondosa e frutífera.

O movimento “Ação Ipaense” e a presença brilhante de tantas autoridades e de todos vocês, para mim, já é uma esperança, um bom sinal de mudança para os anos que se avizinham. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)   

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos que o nosso Vice-Prefeito tem outros compromissos e terá que de se retirar. Os nossos agradecimentos, José Fortunati, pela sua presença. Com a palvra o Sr. Julian de Camargo Milone.

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Bem, depois dessas sábias e históricas palavras, o que podemos dizer? O mínimo que podemos falar depois disso é, não muito falar, mas em palavras recordar, porque falar de setenta e seis anos de escola, ou melhor, desta Escola, é lembrar das pessoas que por aqui passaram, é lembrar daqueles que, durante um grande período de suas vidas, conviveram e viveram no IPA, de forma única e absoluta, deixando suas marcas e participando de momentos inesquecíveis. Durante esses setenta e seis anos, muita glória foi adquirida, pelo empenho e dedicação de todos que aqui estiveram, hoje representados e homenageados através de todos vocês.

A alegria deste momento, com certeza, encontra-se no fato de estarmos, através desta homenagem, revivendo e vivendo o que todos nós, pais, alunos, professores e funcionários vivemos no IPA todos os dias. A Ação Ipaense, emocionada e humilde, agradece a contribuição de todos os senhores e senhoras que, de uma maneira ou outra, ajudaram na construção da história deste colégio.

Guardei uma palavras para falar depois do discurso, sem formalidade. Não preciso dizer que estou emocionado. Esta Escola, apenas há cinco anos, faz parte de minha vida. Em apenas cinco anos pude conhecer o que significa realmente o amor entre pessoas, o amor entre coisas e o amor entre um aluno e um colégio que, até então, eu não conhecia. Muito obrigado. (Palmas.)

Para complementar, gostaria de dizer que me sinto muito honrado em ser aluno, neste ano, formando do IPA, dizer que este Colégio muito mais se difere dos outros, muito mais do que simplesmente formar pessoas intelectuais, preparadas para o vestibular, por que não? O IPA forma muito mais alunos preparados para as barreiras que, certamente, a vida colocará a sua frente. Portanto, gosto sempre de salientar, o IPA é um colégio que se preocupa em formar pessoas, cidadãos capazes de exercer na vida tudo o que eles têm direito. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Antes de começar as homenagens, passo a palavra ao Prof. Elmo.

 

O SR. ELMO FARIAS DE ALBERNAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sinto-me, por demais, envaidecido em poder responder à colocação que me foi feita: “Quer agradecer?” Respondi: Sim. Quero dizer que não há necessidade de exaltar o IPA. Realmente, ele foi mostrado na palavras que aqui foram ditas. Queremos apenas dizer que estamos passando por um marco histórico, Sr. Presidente, neste momento dos setenta e seis anos. O IPA está deixando de ser esta Escola que foi apresentada, está passando a ser uma escola comunitária. Esta Ação Ipaense é a demonstração clara e evidente que este processo não para mais, é um crescimento que se volta para a comunidade, e as coisas que aqui foram ditas, que sabemos que são verdades, não param de crescer, nos impulsionam, de tal maneira, que ou nós vamos ou somos levados. Isso é fantástico.

Queremos dizer que somos agradecidos pela sua bondade, pela sua gentileza, pelo seu amor a esta Escola, transportando a Câmara para cá, fazendo esta homenagem sensível ao IPA. O IPA é agradecido e, certamente, procura responder e abre-se para a resposta, porque tem a confiança da sua comunidade. É isso é que queremos agradecer. Queremos agradecer a cada um em particular e a todos por este momento tão significativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Sr. Julian de Camargo Milone para fazer a entrega de troféus aos homeageados.

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Vamos entregar um troféu a cada um de nossos homenageados.

O nosso primeiro homenageado é destaque na política de nossa sociedade. Respeitosamente, caro amigo Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Vereadores. (Palmas.)

O nosso segundo homenageado é o Presidente do Conselho Diretor, Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, João Paulo Rito Rodrigues Aço. (Palmas.) 

Ademir Calovi Costa, ex-aluno, professor da Faculdade, responsável pelas clínicas integradas desta Instituição. (Palmas.)

Ana Maria Corrêa Gick, nos momentos mais difíceis, a tua tranqüilidade sempre colaborou para a harmonia do grupo. Trazes contigo a competência, o carisma e imensa dedicação. Obrigado. (Palmas.)

Antônio João Guerra Affonso da Costa, ex-aluno e atleta da escola, árbitro da Federação Gaúcha de Futebol. (Palmas.)

Aparício Costa Oliveira, ex-funcionário, foi Chefe de Serviços-Gerais e trabalhou na Instituição por vinte e nove anos. (Não compareceu. Um representante dos funcionários recebeu o troféu em seu lugar.) (Palmas.)

Bispo Sadi Machado da Silva, Bispo Emérito da segunda região, figura muito querida na escola, foi Diretor do Colégio IPA. (Palmas.)

Carmen  Cauduro de Oliveira, uma vida dedicada ao IPA. Receba esta homenagem representando todos aqueles que deixaram suas marcas durante esses setenta e seis anos. (Palmas.)

Celses Português Soares, ex-aluno e ex-professor, atuação destacada na comunidade. (Palmas.)

Ceres Reif Santoro, representando os pais e mães ipaenses, exemplo de dedicação e participação na escola. (Palmas.)

Cláudio Augusto Silva Gutierrez, ex-aluno e atleta, foi professor e campeão gaúcho de oratória. (Palmas.)

Daniela Crivellaro, ex-aluna que recebe esta homenagem em nome de todos os participantes do teatro na escola. (Não compareceu. Sua mãe a representou.) (Palmas.)

Débora Muniz de Oliveira, destaca-se pela participação no GEIPA, representa todos os formandos de 1998. (Palmas.)

Denise Domingues Mendonça, Secretária da Escola. Além da dedicação com que atua no seu setor, tem importante atuação na Associação dos Funcionários. (Palmas.)

Dilza Machado, viúva do Professor Oscar Machado, ex-Reitor do Colégio IPA. (Palmas.)

Edni Oscar Schroeder, ex-Aluno, ex-Professor, figura de destaque na área educacional, atual Diretor-Geral da SEC. (Palmas.)

Eduardo Bier de Araújo Corrêa, importante Empresário de nossa sociedade e ex-Aluno da década de 80. (Palmas.)

Enno Dagoberto Liedke Filho, ex-aluno, atuação destacada na UFRGS, em Sociologia.(Palmas.)

Érico Carlos Blumentritt, Segurança do setor 1, muito querido por todos pelo carinho que dispensa às crianças. (Palmas.)

Ernani Behs, ex-Aluno, destaque na área de comunicação, atual Presidente da Associação dos ex-Alunos. (Palmas.)

Everton Paiva Tonin, ex-Aluno e Atleta, também foi Professor do Colégio. (Palmas.)

Fábio André Koff, ex-Aluno, destaca-se na área jurídica e no esporte nacional. (Não compareceu. Um representante da Ação Ipaense recebeu por ele.) (Palmas.)

Fabrício Neves Corrêa, representando a Turma de 1993, Presidente do GEIPA do mesmo ano, atual aluno da Faculdade de Educação Física do IPA. (Palmas.)

Fernando Edi Chaves, Professor do IPA. Como aluno e atleta ganhou o Discóbolo e Brasão. (Palmas.)

Fernando Kalikosque Laydner, representando os alunos que se formaram em 1991.(Palmas.)

Fernando Ramão Vidal, ex-Presidente da ADIPA, destaque na área esportiva e, como pai, representante de turma. (Palmas.)

Flávio Silvestre Beuren, se precisares de um dicionário, recorra a ele. Caracteriza-se por suas boas piadas. (Palmas.)

Francisco Nunes Bastos, distingue-se pelo tratamento aos atletas e o cuidado com o Almoxarifado do Ginásio. (Palmas.)

Gustavo Mendes Palludo, ex-Aluno e formado em 1996. (Palmas.)

Hobber Werner Giorgetta, Coordenador da Escola, sua marca é competência e dedicação. Para defini-lo, uma palavra: amigo. Como é, Hobber: “Suspendi três hoje de manhã. Tudo dentro da lei.” (Palmas.)

Isaías Rocha de Quadros, a arte de fazer arte e construir a história do IPA. Agradecemos pelo CENIPA. Lembrando sempre que o Isaías é o idealizador do CENIPA. Este será a sua 4ª edição e é um evento que, cada vez mais, se torna externo, conquistando espaços. (Palmas.)

Jean Paulo Brito Bade, ex-Aluno formado na turma de 1995. (Palmas.)

Jeane Esmeralda Bastite, naquela sala do SOE, crescemos muito, pois sempre podemos contar com o teu apoio, colaboração e palavra amiga. (Palmas.)

Jorge das Neves, ex-funcionário, trabalhou na escola por trinta e cinco anos, conhecido por sua alegria. Não pode comparecer. O Sr. Sebastião Gomes de Campos receberá o troféu em seu lugar. (Palmas.)

José Gomes de Campos, figura importante no cenário da educação nacional. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. José Gomes de Campos está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ GOMES DE CAMPOS: Nos meus oitenta e cinco anos, aos dezoito fui para Passo Fundo. Aos vinte anos, não fui aceito em Uruguaiana porque era menor de idade. Precisava ter vinte e um anos. Depois, trouxeram-me para o IPA, e aqui fiquei trinta e um anos. A Igreja Metodista me enviou para muitos lugares, para ser Reitor aqui, trabalhador lá. Quando voltei aqui, já estava muito velho e não podia ser mais nada aqui no IPA. Resolvi comprar um automóvel novo e precisava de uma placa. Fui ao DETRAN e disse que precisava falar com o Diretor. Fui conduzido a ele. Ao chegar, falei: Sr. Diretor, estive no IPA por trinta e um anos e comprei um carro. Quero que o senhor me dê uma placa escrito assim: “IPA 1923”. Ele achou estranho. Perguntou: “Por quê?” Respondi: Como não posso mais morar no IPA, quero, diariamente, morar dentro do meu carro “IPA 1923”. E, se há alguém aqui que quer uma beirada para andar no meu carro, está inteiramente às ordens. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Continuando com as homenagens:

 José Jerônimo de Azevedo, salienta-se pelo trabalho personalizado que dispensa à comunidade ipaiense. (Palmas.)

Juliana Guedes da Rosa, ex-Aluna da turma de 1997, com importante atuação no teatro. (Palmas.)

Jussara Lobato Fernández, Coordenadora dedicada e competente. Dinamismo e criatividade são o que a diferencia no seu trabalho. (Palmas.)

Lisie Zilio Prates, tu és especial, pois com tua competência, dedicação e carinho muito contribuis para o crescimento de nosso colégio. (Palmas.)

Luciano Dahner Hocsmann, ex-Aluno, formado em 1990. (Palmas.)

Luís Afonso Gomes, com o teu empenho em promover o esporte no colégio, conquistastes a simpatia dos teus colegas. Vale a pena lembrar que só o Afonso mesmo para trazer toda a galera do esporte, lá atrás. (Palmas.)

Luís Fernando Veríssimo, ex-Aluno, destaque em várias áreas da nossa sociedade. Seu valor na literatura é inegável e hoje temos o privilégio de contarmos com a sua presença também na música. (Palmas.)

Magda Beatriz Chaves, nossa querida companheira do GEIPA e Supervisora Administrativa. Destaca-se pela sua dedicação à escola. (Palmas.)

Marta Santana Severo, ex-aluna da turma de 1992 do Colégio IPA, aluna da ESEF e bailarina do Grupo Vidança. (Palmas.)

Miriam Pires Lacerda, Orientadora Educacional, salienta-se pela competência, dedicação e, acima de tudo, és importante pelo carinho com que tratas pais, alunos e professores. (Palmas.)

Nelcy Máximo Provensi, tua presença é sempre por nós comemorada e por todos que já fizeram parte do Clube da Avenca, com muita sombra e água fresca. (Palmas.)

Olanir Dihel Denovaro, no somatório de todos os momentos, sempre o adicionastes simpatia e alegria. (Palmas.)

Otávio Rojas Lima, ex-Aluno, Atleta e Professor de destaque na educação gaúcha. (Palmas.)

O Otávio pediu para falar algumas palavras em nome dos homenageados.

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Sr. Otávio Rojas Lima.

 

O SR. OTÁVIO ROJAS LIMA: Eu não queria deixar passar essa oportunidade às Autoridades presentes à Mesa, aos atuais professores, aos ex-professores, aos ex-alunos e aos alunos desta Escola majestosa, dizer que tive uma passagem realmente extremamente marcante aqui, a minha vida foi aqui nesta Escola. Somando a minha vida de aluno e professor são quase vinte anos. Ouvi aqui coisas maravilhosas sobre o passado do IPA, coisas que me tocaram muito, estou muito emocionado. Raras vezes, Professor Elmo, subi aqui neste auditório, neste local aqui, em especial, e aqui ouvindo o Ver. Nereu D’Ávila falar que, para assumir esse microfone, temos que ter coragem, e isso o IPA nos formou. Ouvi, atentamente, o Prof. Washington, ao qual devo algumas suspensões que levei durante a minha atividade como aluno. Aprendi muito na minha vida, ouvi o Prof. Celso também, ex-Diretor, uma presença marcante na minha vida de estudante, enfim, eu falaria sobre o IPA, provavelmente, por muito mais tempo.

Participei como Professor, em momentos fabulosos de minha vida e, sem dúvida, tudo o que sou hoje, como Professor e Diretor de Instituição, devo realmente ao IPA. O IPA tinha uma representação, via CPM, uma conjugação entre professores e pais, disputamos tantos campeonatos e ganhamos. Está aqui o Hocsman, que era um misto de cartola e treinador nosso, que foi um dos responsáveis também por grandes sucessos que teve o time do IPA com os professores e pais.

De tudo o que ouvi aqui, sobre o passado maravilhoso do IPA, também quero lembrar a todos vocês uma coisa muito importante, que não foi dita nenhuma vez aqui, hoje. Eu quero falar sobre o presente do IPA e sobre o futuro do IPA. Falo isso com conhecimento, porque acompanhei o IPA. Desde que sai daqui, como Professor, muitas vezes tive que vir aqui desempenhar minhas atividades profissionais, junto a palestrantes que eu trazia da minha própria organização, eu mesmo fazendo. E constatei e ouvi muito aqui o Ver. Carlos Alberto Garcia falar que o IPA foi o berço, que daqui nasceu a ESEF, a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional. Mas tudo isso nasceu por causa do Colégio, por causa do IPA. O IPA não pode ficar esquecido. O IPA, o Colégio, é o marco de tudo o que está aqui. Este auditório que tem o nome de Oscar Machado, ele está aqui hoje e talvez chegue, como falou o Ver. Adeli Sell, aos cem anos, mas só chegará se a comunidade - e vocês são a comunidade, aqui tem ex-alunos, ex-professores, atuais professores e vocês que são alunos do IPA, que vão sair desta escola, precisam levar aquilo que o IPA nos dá como caráter e como convicção: tudo o que existe dentro desta instituição foi o Colégio IPA quem criou e o colégio não pode ser esquecido por todas as autoridades que dirigem o IPA, que são ligadas às Faculdades, tanto o IPA como o Colégio Americano, tudo o que está aqui, todos os sintomas que o IPA traz como Instituição de Ensino Superior deve agradecer ao Colégio.

Portanto, quando se fala muito em ESEF, Prof. Washington, um dos grandes responsáveis pela formação da ESEF há mais de 26, 27 anos, não se pode esquecer, nesse contexto, todo a importância que esta Escola tem, e precisa ser uma escola que tenha a marca de uma escola de primeira linha em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. E se existe educação neste Estado de qualidade, é porque existiu o IPA e ele precisa ser preservado.

Eu peço às autoridades que dirigem o IPA, que são ligadas à Igreja Metodista, que tratem esta escola com o respeito que ela merece, com o tratamento que ela deve ter, pela qualidade, não pelo passado - que eu muito ouvi aqui -, mas pelo presente e o respeito que devemos a esses alunos que estão se formando no IPA, neste momento. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Não preciso nem comentar sobre isso, porque as pessoas, aplaudindo, em pé, já demonstram o prazer em escutá-lo. Agora, notei e observei aqui que o senhor pode estar mais emocionado do que eu, mas, com certeza, eu estava tremendo da mesma maneira que o senhor, aqui no auditório. (Palmas.)

Paulo Roberto da Rosa Ferreira, nosso querido Paulinho, Professor de Inglês, que nos contagia com a sua alegria e dinamismo. (Palmas.)

Rafael de Araújo Vidal, ex-aluno da turma de 1994. (Palmas.)

Rubens Rodrigues Leal, funcionário mais antigo em atividade. Destaca-se pela dedicação à escola. (Palmas.)

Sebastião Gomes de Campos, figura destacada na educação gaúcha. (Palmas.)

Selviro Rodrigues da Silva, ex-Professor, importante na área esportiva gaúcha. (Não pode comparecer. A Ação Ipaense irá receber o troféu por ele.) (Palmas.)

Sival Colares Castro, Marceneiro de muita criatividade e presteza no atendimento. (Palmas.)

Syllas Grazia, ex-Aaluno, colaborou na construção da Escola. (Não pode comparecer, também. A Ação Ipaense receberá o troféu por ele.) (Palmas.)

Vicente Gomes de Campos, ex-Professor de Educação Física, com ênfase em Psicomotricidade, um dos fundadores do Departamento de Educação Física da Escola Infantil. (Palmas.)

Washington Gutierrez, idealizador da ESEF, ex-Reitor do IPA. (Palmas.)

Yolanda Gick, viúva do Prof. Aslid Gick, ex-Diretor do IPA. (Palmas.)

Zélio Wilton Hocsman, destaque na área esportiva da comunidade ipaense e no Estado. (Palmas.)

Zilda Terezinha Senna, teus anos de dedicação, amizade e coleguismo são sempre muito importantes para o sucesso do nosso trabalho. (Palmas.)

 

O SR. RICARDO MARTINEZ: Como muitas coisas não estavam no protocolo, não podemos homenagear a todos os alunos. Nós achamos que uma pessoa com cinco anos de escola, entendeu tão bem esta proposta, a incorporou e consegue representar tão bem os alunos desta Instituição, merece receber, em nome de todos os seus colegas, esta homenagem. Entrego ao Julian de Camargo Milone este troféu em nome da Ação Ipaense. (Palmas.)

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Eu havia comentado, hoje à tarde, que achei muito bonito este troféu, e pedi para que não esquecessem de mim no ano que vem, mas fiquei muito feliz e emocionado por não ter precisado esperar até o ano que vem para recebê-lo. (Palmas.)

Gostaria de chamar, agora, todos os meus colegas, que desde o início do ano estão organizando a Ação Ipaense. São eles: Écer, Erecina, Helena, Cláudia e Floriani, pelo CPM; da ADOCIPA: Ricardo, Cláudia, Yves e Ana; da AFIPA: Orlando, Marco, Walter. Da ADIPA: Silas, Marcos; e do GEIPA: Luciana e Julian. (Palmas.)

Gostaríamos de agradecer a presença de Soraya Franck, Coordenadora da Secretaria de Educação do Sindicato dos Professores Particulares do Rio Grande do Sul.

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à Professora Alba Salgado Belotto.

 

A SRA. ALBA SALGADO BELOTTO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O IPA é uma escola, que nos seus 76 anos, ainda está em construção. Nós, que acreditamos em educação, acreditamos que a educação nunca está pronta, ela se faz. Ela se faz pelas pessoas que aqui estiveram, pelas pessoas que aqui estão, pelas pessoas que virão depois de nós. O IPA é maior do que os seus dirigentes, é maior do que os seus alunos, ele é uma escola da comunidade.

Por isso, quero agradecer ao grupo da Ação Ipaense, ao Ver. Nereu D’Ávila, por esta linda cerimônia, pelos testemunhos ouvidos aqui, que nos animam nesta caminhada difícil, que é a caminhada da educação. Queremos agradecer o carinho, a presença, o esforço. Nós sabemos que as pessoas que aqui trabalham trazem a sua vida com ela para o trabalho, trazem os seus sentimentos, as suas emoções e é só assim que podemos trabalhar juntos: com a pessoa e suas circunstâncias, como já disse um psicólogo. É nesse sentido que queremos agradecer a presença, o afeto, o carinho de todos vocês que juntos conosco comemoram os 76 anos do IPA. Que esta Escola continue sempre viva no coração e na vida de todos que por aqui passam e de todos aqueles que ainda virão.

Muito obrigada pela presença de todos, pelo carinho, paciência e dedicação de estarem aqui desde às 18 horas. Obrigada a todos e muito boa-noite. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. JULIAN DE CAMARGO MILONE: Convidamos todos para cantarmos o Hino da nossa Escola.

 

(Todos cantam o Hino do IPA.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos a todos para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Executa-se e todos cantam o Hino Rio-Grandense.)

 

Para finalizar, agradecemos a presença de todos nesta brilhante Sessão Solene em homenagem ao IPA - Instituto Porto Alegre. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h43min.)

 

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